Resenha Filme kasper hause
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O filme “O enigma de Kaspar Hauser”, levanta uma questão muito importante: O que é aNatureza humana? Para tentar entender essa questão vamos analisar um trecho essencial ao meu ver do filme, a resposta dada por Kaspar quando lhe pedem, na festa de Lorde Stanhope, que lhes conte como foi o seu tempo de cativeiro. Afirmou ele então:
“Nada existe em mim a não ser a minha vida!”. Tendo sido privado do normal contacto com os homens e o mundo social, Kaspar sentia que estava “incompleto”. É porventura por isso que afirma que nada há nele para além da vida, como se quisesse dizer: só tenho de humano aquilo que biologicamente me caracteriza enquanto um: a vida. O mesmo sentimento pode ser notado quando os clérigos lhe perguntam se, no seu cativeiro, não tinha pensado numa entidade superior (Deus). Kaspar afirma então que, no seu cativeiro, não tinha pensado em nada porque ali, Kaspar era apenas Homo; tinha as características biológicas próprias á espécie humana mas, porque não tinha qualquer contacto com a história do mundo humano, a sua natureza estava incompleta, já no fim do filme
Kaspar é assassinado. Para além de o terem privado, durante muitos anos, da natureza que se constrói, acabam também por o privar da única natureza que detinha plenamente: aquela que nos é “oferecida” pelo simples facto de nascermos, a vida. Incapazes de assumir a culpa por ambos atos, os homens que o conheceram procuram explicações para a sua singularidade. A morte física é explicada pela intriga política à volta de
Kaspar e, apesar de condenável aos olhos da Justiça, é atribuída a um indivíduo, não a uma comunidade em geral. É atribuída a “um homem” e não aos homens que não aceitam assumir quaisquer responsabilidades. O enigma de kaspar (que o perseguiu durante toda a sua breve vida) de “enjeitado” acabou por ser atribuído a uma anormalidade cujas marcas se procuraram na autopsia. Assumir que, afinal, eram humanos que tinham tido responsabilidade pelo seu destino era