Resenha filme Desmundo
A principio se destaca pela escolha impecável dos cenários e figurinos provenientes do século XVI. A bela produção retrata como eram as principais características do período colonial e como a mentalidade dessa geração era completamente diferente da contemporânea.
O enredo se trata da história de órfãs portuguesas enviadas ao Brasil como moeda de troca a fim de se tornarem esposas de colonizadores. O argumento de trazer essas garotas era para que os colonizadores não tivessem filhos com as negras da terra (índias), e se propagasse filhos brancos e cristãos. Nesse período histórico as mulheres eram totalmente submissas às ordens masculinas.
Outro destaque do são os padres jesuítas iniciando a conversão dos índios. A ideia era que os negros da terra são crianças que precisavam ser guiadas a verdadeira religião (cristianismo), abandonando suas crenças e deuses. Muito diferente do ponto de vista cristão da época sobre os negros africanos julgados como sem alma.
Várias cenas mostram a produção de açúcar nos engenhos, eles eram chamados engenho-banguê, era definido por quatro locais principais: plantação, casa do engenho, casa-grande e a senzala. A personagem principal do filme vivia em um pequeno engenho onde podemos notar de maneira sutil todos esses cenários. Com a necessidade de mão de obra os colonizadores tentaram escravizar os negros da terra, na maioria das vezes sem sucesso, então optavam por escravos africanos.
A religião é retratada como ponto forte para tomada de decisões. A igreja católica tinha muita influencia na sociedade europeia, os padres jesuítas recebiam regalias e eram tratados como nobres, a maioria dos colonizadores eram adequados a essa crença. O poder dos Jesuitas era tão relevante que foi responsável por uma trégua na Confederação dos Tamoios, quando Nóbrega e Anchieta de certa forma