Resenha do filme desmundo
Mais uma vez-tem-se uma significativa contribuição de literatura para a história tradicional, que nem sempre consegue revelar com riqueza de detalhes aspectos dessa história. O filme Desmundo . (2001), de Alain Fresnot, da obra de Ana Miranda, retrata a realidade do Brasil de 1570. Nessa época desbravadora Portuguesa tinha a missão de explorar a recente descoberta, dominar povo gentio e estabelecer a produção. De uma maneira mais sintética, dando uma imagem, uma identidade a situação da mulher gerando assim. Emoções e registros de alguns acontecimentos.
Por volta do ano 1570. Chegam ao Brasil algumas órfãs, enviadas pela rainha de Portugal, com o objetivo de casarem com os primeiros colonizadores. Destaca-se então, uma linda jovem órfã, Oribela, a qual é muito romântica e religiosa e após uma frustrada cerimônia de noivado ela se vê obrigada a se casar com Francisco de Albuquerque, que a leva para seu pequeno engenho de açúcar. Nesta situação a jovem vive uma nova situação, a que ela terá que se adaptar para cumprir seu novo papel de esposa. E neste papel a mulher sofria variadas formas de submissão como, por exemplo, a violência sexual.
O filme atesta alguns pontos, como o da preocupação de Portugal e da igreja católica com a formação étnica da colônia, com isso trazia-se para o Brasil jovens portuguesas, judias, pobres e órfãs de variadas idades, as quais eram criadas e educadas por freiras e conseqüentemente eram completamente despreparadas para o casamento. Dessa forma a igreja e Portugal intermediavam e controlavam os casamentos entre pessoas de sangue "brancos" com a finalidade de conter o nascimento de mestiços, na tentativa de manter uma pureza de sangue, com isso aumentava a possibilidade do Estado manter a ordem, pois a população colonial não ficaria comprometida pelo incremento de bastardos e mestiços e a igreja não perderia sua batalha na formação de famílias católicas. O filme e a obra