resenha Fenomenologia da Percepção (Maurice Merleau-Ponty)
A fenomenologia é um estudo das essências, ou seja, repõe as essências na existência. É uma ambição filosófica de torna-se uma ‘ciência exata’, mas é também um relato do espaço, do tempo e do mundo vividos. A fenomenologia se deixa praticar e reconhecer como a maneira ou como o estilo; ela existe como movimento. Não se apreende nada como existente se primeiramente eu não me experimentar existente no ato de apreendê-la. O mundo está ali, antes de qualquer análise que eu possa fazer. O real deve ser descrito. A reflexão arrebata-se a si mesma e se recoloca numa subjetividade para aquém do ser e do tempo. O homem está no mundo. O mundo é o meio natural e o campo de todos os meus pensamentos e de todas as minhas percepções. A percepção é o fundo sobre o qual todos os atos se destacam e ela é pressuposta por eles. O ‘cogito’ é o pensamento de fato e ser no mundo. O verdadeiro ‘cogito’ reconhece meu próprio pensamento como um fato e me revela como ‘ser no mundo’. As essências trazem consigo todas as relações vivas da experiência. O mundo é o que vivo, não o que eu penso. O mundo é inesgotável, mas comunico-me com ele. O pensador pensa sempre a partir daquilo que ele é.
As coisas são transcendentes na medida em que eu ignoro aquilo que elas são e em que afirmo sua existência nua. Imaginamos o espaço em si com o qual o sujeito que percebe coincide. Descreve-se o conhecime nto que o sujeito obtém, situado em seu mundo, e ele constrói este mesmo mundo. O sujeito faz as coisas em torno de si, ele as faz existir para si mesmo, as dispõe em torno de si e as extrai de si mesmo. Eu reconstituo o ‘cogito’ histórico. Eu não pensaria no ‘cogito’ se não tivesse em mim tudo que é preciso para inventá-lo. Sou eu que retomo como meta ao meu pensamento retomar o movimento do ‘cogito’. Todo pensamento de algo é consciência de si. Consciência de si é o próprio ser do espírito em exercício. O modo de existência, seja a existência como