Resenha do texto “As limitações do método comparativo”, de Franz Boas (1896)
Em seu texto “As limitações do método comparativo” (primeiro da coletânea “Antropologia Cultural”, organizada por Celso Castro), Franz Boas critica os métodos até então mais utilizados na antropologia – método comparativo – e sugere novas nova metodologia. Os antropólogos criticados por Boas – em especial D. G. Brinton, nos Estados Unidos, e Bastian, na Alemanha – consideravam as identidade em comum entre os povos como “resultado do funcionamento uniforme da mente humana”, com base no que Bastian dizia ser uma “espantosa monotonia das ideias fundamentais da humanidade em todo o planeta”.
Em contraposição à linearidade apregoada pelos autores evolucionistas (Boas menciona, entre outros, Tylor, Spencer, Bastian, Andree e Post), Boas ressalta que, em muitos casos, os traços comuns entre povos distintos não têm origem na história comum, mas se originaram de forma independente. A partir da descoberta do que há de comum, das ideias universais, caberia, então ao antropólogo descobrir: em relação a elas: 1) quais suas origens; e 2) como se afirmaram em várias culturas diferentes.
Quanto a este último ponto, Boas prega que não há homogeneidade, e as ideias variam por influência do ambiente e das condições psicológicas. Assim, os mesmos fenômenos podem se desenvolver por caminhos diversos. São exemplos por ele citados os totens, as máscaras e os desenhos geométricos, elementos esses que podem ser encontrados em diversas culturas mas cujo desenvolvimento observou etapas muito distintas em tais sociedades.
O objetivo da antropologia é descobrir os processos pelos quais passaram as crenças e costumes, a história de seu desenvolvimento. Para isso, Boas sugere um método histórico, que entende ser mais seguro que o método comparativo: o estudo detalhado de costumes em sua relação com a cultura total da tribo estudada e em conexão com a distribuição geográfica entre tribos vizinhas, de modo a se