resenha do texto o estado, o poder o capitalismo
POULANTZAS, Nicos. (1981), O Estado, o Poder e o Socialismo. Rio de Janeiro, Graal (texto integral, com exceção da 3ª parte). 1 (Sugestão do professor César Guimarães)
“Hoje você é quem manda, falou, tá falado, não tem discussão, não.
A minha gente hoje anda falando de lado e olhando pro chão.Viu?
Você que inventou esse estado inventou de inventar toda escuridão.
Você que inventou o pecado esqueceu-se de inventar o perdão.
Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.
Eu pergunto a você onde vai se esconder da enorme euforia?
Como vai proibir quando o galo insistir em cantar?
Água nova brotando e a gente se amando sem parar.
Quando chegar o momento, esse meu sofrimento vou cobrar com juros. Juro!
Todo esse amor reprimido, esse grito contido, esse samba no escuro.
Você que inventou a tristeza, ora, tenha a fineza de “desinventar”.
Você vai pagar, e é dobrado, cada lágrima rolada nesse meu penar.
Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.
Ainda pago pra ver o jardim florescer qual você não queria.
Você vai se amargar vendo o dia raiar sem lhe pedir licença.
E eu vou morrer de rir, que esse dia há de vir antes do que você pensa”.
Apesar de você, Chico Buarque (compositor)
O Estado, o Poder, o Socialismo. Os três temas do livro homônimo de Nicos Poulantzas nele são desenvolvidos e se entrecruzam para tentar responder à principal questão do autor, e angústia de primeira importância em sua geração: como conduzir a sociedade capitalista a um socialismo democrático? Para tanto, o autor questiona as concepções de Estado da tradição marxista e desenvolve um interessante diálogo crítico com Foucault a respeito do exercício do Poder, para, por fim, enfrentar a questão do socialismo democrático e suas formas de viabilidade.
A começar pelo Estado, o autor questiona duas frentes de análise do fenômeno igualmente infrutíferas. Numa delas, o Estado apareceria como “mero apêndice-reflexo do econômico” e “a relação do Estado com a