Resenha do Texto: VULNERABILIDADE À VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR, de MARIA CECÍLIA DE SOUZA MINAYO
MARIA CECÍLIA DE SOUZA MINAYO
A autora inicia o texto dizendo que a violência intrafamiliar é um problema universal, um (anti) valor de longa duração e de difícil solução que tem por base o patriarcalismo. Este considera que o masculino é sujeito da sexualidade e o feminino o objeto. Consequentemente, à figura masculina atribui-se a posição de agente do poder, e a ele é investido significativamente o poder da violência. Assim, essa posição do homem a despeito da mulher passa a ter a imagem de um acontecimento natural.
A violência doméstica, portanto, ocorre como uma forma de comunicação de cunho cultural, de tal forma que em grandes partes dos casos, acontece em nível conjugal para em seguida se dar para com os filhos. As principais ocorrências são com as mulheres, crianças e também idosos. A violência doméstica pode ser de ordem física, psicológica, em forma de abuso sexual e também negligências.
A violência física pode ser leve, sem grandes lesões, ou grave, podendo levar à morte. A violência psicológica atua sobre o emocional, sem deixar marcas evidentes, geralmente provocando uma dificuldade de convivência da pessoa com o mundo externo.
A vulnerabilidade à violência nas famílias e sociedades modernas tem sido analisada por pesquisadores, que têm chegado às seguintes conclusões: as agressões prejudicam o crescimento e o desenvolvimento físico e emocional da pessoa e, também, a violência intrafamiliar potencializa a violência social em geral.
A causa principal para as agressões na família é uma cultura secular internalizada que o amor exige a violência como estratégia pedagógica. Citando Strauss, a autora aponta que no âmbito familiar a violência é, por vezes, não só permitida, como também requerida.
A punição física provê um treinamento básico para a violência social, o que geralmente começa na infância. Assim, o amor é associado com a violência, que é entendida como agente moralizante e, portanto,