Resenha do texto vozes (des)ordenadas e (in)fames
RESENHA
Graduada em Letras: Francês-Português, mestre em Letras (Língua Francesa), doutora em Ciência: Linguística Aplicada, Livre Docente (2000) e professora titular (2007) em Linguística Aplicada na Área de Ensino/Aprendizagem de Língua Estrangeira pela Unicamp (2000), Maria José Coracini introduz seu texto falando sobre os inúmeros dizeres que compõe todo discurso, marcado pela ordem com o intuito de preservar interesses de alguns e consequentemente excluindo dizeres, pensamentos e pessoas, que para reverter à situação tentam de algum modo buscar formas de resistir ao poder.
Sendo assim, a autora nos mostra que seu texto tem por objetivo discutir a relação entre a ordem e a desordem, a exclusão e a resistência, e para ilustrar isso, serão enfatizadas duas espécies de reclusão: uma a partir do jurídico, onde serão utilizadas análises de textos extraídos de jornais sobre adolescentes reclusos na antiga FEBEM e atualmente Fundação Casa e outra a partir da medicina psiquiátrica, onde serão analisados dois textos escritos por uma mulher internada em manicômio, cujos desabafos foram gravados por uma visitante que viu neles verdadeiros poemas, que constituem um modo de resistir ao sofrimento, ao abandono e à morte.
No tópico (pós-) modernidade: (des) ordem e resistência, Coracini nos mostra que Bauman referindo-se a Foucault afirma que para alcançar o progresso é necessário que se tenha a ordem, por isso a autora ironiza dizendo que não é à toa que a bandeira do Brasil tem por lema “Ordem e Progresso”.
Entretanto, na pós- modernidade surge outra versão de que não é possível falar em ordem sem que, com ela se faça presente a desordem. Por isso é preciso considerar que as mesmas vozes que se