Resenha do livro "o imperio do divino"
Martha Abreu introduz o seu primeiro capitulo do livro “O Império do Divino” com uma citação; demonstrando que apesar das diversidades de classes e raças todos são um só corpo, o corpo de cristo. E era essa a visão que as festas passavam pra todos seus participantes, sejam eles negros ou brancos.
Há, sem dúvida diversidade de dons espirituais, mas o Espírito (santo) é o mesmo. Diversidade de serviços, mas o Senhor é o mesmo. Diversidades de operações, mas é o mesmo Deus que opera em tudo e em todos. A manifestação do Espírito é dada a cada um para o bem de todos. De fato, do mesmo modo que o corpo é um só, se bem que tenha muitos membros, e todos os membros do corpo, não obstante, sejam muitos, constituem um só corpo, assim também Cristo. Na verdade nos todos, quer judeus, quer gentios, quer escravos, quer livres, fomos batizados em um só Espírito para constituímos um só corpo, e todos bebido de um só Espírito. Primeira Epistola de São Paulo aos Coríntios, (I Cor 12, 3b-7. 12-13) .
No século XIX, o Brasil recebeu de herança a chamada “religiosidade colonial” ou o “catolicismo barroco”. As práticas católicas como os funerais, as procissões e as festas que reunião centenas de pessoas, no entanto o “clero secular” se limitava a celebrações em datas especificas (batismos, missas, comunhões, casamentos, e extrema-unções) devido aos limitados recursos que a coroa enviava, tornando as ordens religiosas dependentes dos leigos, a qual a autora afirma que se tornaram os maiores argentes do catolicismo barroco, repleto de sobrevivências pagas com seu politeísmo disfarçado, superstições e feitiços que atraiam muitos negros facilitando sua adesão e paralela transformação.
O catolicismo ortodoxo oficial era uma ordem religiosa mais preparada para disseminar as práticas católicas, mas não conseguiam atingir todos os fieis. Os leigos por sua vez atuaram muito mais nas práticas católicas atingindo não