Resenha do livro a loucura do trabalho – estudo de psicopatologia do trabalho
O autor aborda inicialmente em seu livro a estratégia defensiva através de dois casos: o subproletariado e o trabalho repetitivo. No primeiro ele se refere as pessoas marginalizadas, nessa coletividade a doença é vista como sinal de fraqueza a passividade, a pessoa só recorre ao médico em último caso, pois devido as condições financeiras e de sobrevivência da família a doença aparece como um dificultador. Além disso, existe a possibilidade de serem diagnosticadas outras doenças que afetariam ainda mais o psicológico dessas pessoas. Por isso, criasse um ambiente que nega a doença para que se possam manter produtivos e vivos.
Atualmente, notamos um agravamento da ideologia defensiva apresentado por Dejour no caso do subproletariado. As mudanças sociais, econômicas e no ambiente organizacional ocorridas nos últimos anos ampliou o que foi descrito para a classe marginalizada para as outras classes.
Richard Sennett, no livro A corrosão do caráter, apresenta um novo contexto organizacional cada vez mais competitivo, numero de pessoas capacitadas crescendo em escala maior que a oferta de emprego, onde o ganhador leva tudo, discrepância crescente entre os salários dos empregados capacitados e os de base aliado com a competitividade faz com que os eleitos saiam com tudo, sobrando “as migalhas” para o resto; levam o medo da incapacidade às outras classes, perder o emprego para quem o substituiu em uma licença médica. Outros fatores atuais também aumentam esse medo, as constantes mudanças forçam as pessoas a estarem em constante treinamento, a preferencia das empresas em optarem por pessoas mais novas, os “maus olhos” dos gerentes para as licenças que aumentam os custos e o crescente custo familiar que leva a todos os capazes a produzirem algo para aumentar a renda familiar.
Todas essas mudanças acabam gerando distúrbios em todo o ambiente familiar, pais cada vez mais ausentes, tendo que se preocupar com o trabalho e sua manutenção constante.
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