Psicologia social
Afastando-se da tradição Psicologia Industrial/Psicologia Organizacional, cujo principal interesse são os problemas ligados à gestão (interesse marcado por uma forte aproximação em relação à administração), a psicologia social do trabalho é, dito de uma forma simples, uma psicologia social que se dedica a estudar o trabalho. Pode-se dizer que a psicologia social do trabalho oferece uma alternativa crítica às abordagens tradicionais da psicologia e resgata o que poderíamos chamar de "temas marginais" do trabalho: desemprego, ação política dos trabalhadores, estratégias de sobrevivência, a vida do trabalhador fora do trabalho.
Observe-se que tanto os aspectos mais sociológicos quanto organizacionais fundamentam-se numa aplicação da psicologia e/ou disciplina independente a ergonomia. Para Piaget [8] a psicologia é cada vez mais utilizada na organização do trabalho em geral. Segundo ele, trata-se, por um lado de orientar os indivíduos em função de seu nível e suas aptidões, o que é a tarefa da orientação profissional no prolongamento da orientação escolar, e, por outro, depois de os indivíduos qualificados estarem escolhidos e colocados, de actualizar na organização do trabalho individual ou coletivo as técnicas mais econômicas, no sentido lato duma economia de esforços inúteis ou mal dirigidos e coordenados, e mais humanas, no sentido de uma motivação ótima. (Piaget, o.c. p.136)
A articulação dessa aplicação ao da medicina do trabalho com seu desenvolvimento paralelo, ambos baseados nos trabalhos pioneiros de Friedrich Engels (1820 — 1895) em 1845 sobre as más condições de vida da classe trabalhadora e os conceitos desenvolvidos por Karl Marx (1818 — 1883), sobre o processo de produção do capital, sobretudo no volume I