Resenha do livro "A escola dos Annales"
O historiador inglês Peter Burke ao escrever sobre o movimento Frances que foi um marco na historiografia, objetivou mostrar aos leitores cultos e especialistas uma síntese do que foi o movimento dos Annales, descrevendo a criação e o desenvolvimento da revista, bem como analisando a contribuição de seus membros e avaliando as suas obras. Como o próprio Burke afirma, o livro se trata de um ensaio mais pessoal pelo fato do mesmo ter influencias do movimento em questão.
Peter Burke divide sua obra em cinco partes, nas quais descreve o desenvolvimento da escola histórica através de uma ordem cronológica dos fatos, iniciando com a s criticas ao antigo regime e sua historiografia tradicional, em seguida, descreve nos outros três capítulos, as três gerações da revista, que conta com os fundadores, depois a geração de Braudel, e continua com a terceira geração. E para fechar, o autor faz um balanço geral da escola, com sua expansão para além das fronteiras francesas, e sua acolhida pelas demais ciências.
A obra de Peter Burke é de fundamental importância para conhecermos não só como se constituiu o movimento dos Annales mas também observarmos que tipos de mudanças ele trouxe, como a interdisciplinaridade, que foi um dos principais objetivos clamados pelos seus fundadores, a história-problema, que deixa de lado a historia factual e “imparcial” dos positivistas, o método da história serial, a história das mentalidades e principalmente o jeito de escrever a história, não mais dos grandes homens e seus feitos, mas das minorias, da cotidianidade, a história dos “esquecidos”, etc. Outra contribuição que Burke aponta é a enorme variedade de temas que são trabalhados pelos membros da Revista, trazendo novidades e qualidades a historiografia da época, por isso que o autor utiliza o termo Revolução para mostrar a mudança ocorrida na produção histórica da época.
BURKE,