Resenha do livro Porque não ensinar gramática nas escolas
RESENHA CRÍTICA
XXX
2013
A obra remete a uma discussão um tanto nova, mas poderia já sê-la por demais, velha, pois a cada ano torna-se mais frequente o desuso da língua padrão. Quando assistimos a novelas ou mesmo filmes de época, percebemos o quanto o dialeto padrão sofre variações ao longo do tempo, seja por influências político-cultural, ou de natureza cognitiva. No entanto como, quando ou porque estas variações acontecem, não será tema desta resenha, mas sim: dentre as estratégias escolares sobre a aplicação da língua portuguesa, o que de fato é relevante para aquisição e aplicação da língua através da sala de aula, apostando no ensino da língua (atual) e não de regras gramaticais.
Ensinar a língua padrão para quem já fala, deveria ser o papel da escola, no entanto esta tarefa não tem sido bem aplicada, pois há exclusão de parte da população (os menos favorecidos), com a alegação de que não a usam em seu dia a dia. No entanto, quem de fato usa a língua padrão?
É evidente que esta exclusão é preconceituosa, pois como se pode dizer que uma parte da população por “não aplicá-la” em seu dia a dia, não tem interesse ou não tem capacidade de aprendê-la, pois como mencionei antes, estas pessoas já sabem falar e conforme o autor descreve:
“...Qualquer pessoa, principalmente se for criança, aprende com velocidade muito grande outras formas de falar,”...,”desde que expostas consistentemente a elas.”
Entender o que se ensina e para quem se ensina é primordial para o sucesso do ensino da língua, pois quando se questiona a capacidade de aprendizado de alguém, basta observar que crianças pequenas obtém sucesso na aprendizagem do ato de falar e a prova disso é que falam. O grande desafio é desenvolver novas técnicas de aprendizado da língua, pois as pessoas já chegam às escolas sabendo falar, não aprendem na escola.
Não há uma língua mais simples que outra, mas sim diferenças entre o valor atribuído ao falante.