Resenha do Livro: Ler e Escrever
O capitulo apresentado, é levantada a questão sobre repetições, que ocorre com bastante frequência, e, segundo o autor, “podendo mesmo ser considerada um dos mecanismos organizadores dessa modalidade textual”.
Tem por objetivo propor uma reflexão sobre as interferências da oralidade na aquisição da escrita, partindo do pressuposto - bastante óbvio - de que o modelo de texto que a criança possui, nas séries iniciais de escolarização, é o modelo de texto oral. Tal concepção de texto que a criança traz para a escola é responsável, sem dúvida, pelo fato de seus textos escritos apresentarem uma série de caraterísticas típicas do texto falado, que preservam neles, às vezes, por vários anos.
O autor mostra com frequência, palavras continuamente repetidas em textos de crianças em fase de desenvolvimento da escrita, pois é constante a repetições de palavras com uma forte ênfase, parece querer/forçar a convencer o leitor de que “aquilo é aquilo”, de tanto repetir tais palavras.
Fala e escrita são duas modalidades de uso da língua, possuindo cada uma delas características próprias; isto é, a escrita não constitui mera transcrição da fala. Embora se utilizem, evidentemente, do mesmo sistema linguístico, elas possuem características próprias. Isto não significa, porém, que fala e escrita devam ser vistas de duas formas ou isoladamente, como era comum até há algum tempo e, por vezes, acontece ainda hoje.
O que se verifica, na verdade, é que existem textos escritos que se situam, no contínuo, mais próximos ao pólo da fala conversacional (bilhetes, cartas familiares, textos de humor, por exemplo), ao passo que existem textos falados que mais se aproximam do pólo da escrita formal (conferências, entrevistas profissionais para altos cargos administrativos e outros), existindo, ainda, tipos mistos, além de muitos outros intermediários.
O autor conclui que no desenvolvimento da escrita, - com o auxilio do