Resenha do livro "Jornalismo na Era Virtual"
Kucinski inicia a primeira parte afirmando ter sido um fundamentalista dessa ética, ou seja, era a favor de um jornalismo que dizia somente a verdade, sem distorcer ou inventar fatos. A visão do autor mudou quando, em uma aula, os alunos o confrontaram e disseram que, para eles, era mais importante o individualismo, por exemplo. A partir de então, ele passou a ter uma visão mais crítica sobre o assunto e chegou à conclusão de que era necessária a criação de uma nova ética para essa nova era jornalística.
Essa nova ética deve seguir quatro preceitos principais: o da tolerância, do sucesso pessoal, da liberdade e do pluralismo. Com isso, cria-se uma “fórmula” do fazer jornalístico, deixando de lado a ideia de que para ser jornalista é preciso ter um dom, uma vocação. Esse fazer jornalístico, portanto, ganha uma feição industrial, uma vez que os jornalistas devem proporcionar a verdade e a sociedade tem o direito de consumir essa verdade.
Em seguida, para deixar claro o que ele entende como sendo o fracasso da democracia moderna, o autor reserva um ensaio de seu livro para fazer uma comparação entre a ética do jornalismo e a ética da saúde. Para isso, Kucinski analisa o problema da saúde pública na América Latina, e o aponta como principal causador da saúde mundial de má qualidade já que, segundo o autor, as democracias latinas são elitistas, ou seja, dão preferência às classes mais altas da sociedade.
Ele usa esse exemplo, o do problema da democratização em certos países, com o intuito de mostrar que o jornalista deve cobrar dos