Resenha do livro: estação carandiru
Cristiane C. Peres Salah
Estação Carandiru (Companhia das Letras, 1999) escrito pelo médico Drauzio Varella recria as histórias ouvidas e testemunhadas na Casa de detenção de São Paulo, maior presídio do Brasil, popularmente conhecido como Carandiru, onde realizou trabalho de prevenção à AIDS durante tres anos. O livro estação Carandiru foi lançado em 1999, virou Best-seller e recebeu o prêmio Jabuti na categoria não-ficção e em 2003 ganhou as telas do cinema num filme do diretor Hector Babenco.
Em 1989, vinte anos depois de se formar em medicina, Drauzio Varella foi gravar um vídeo sobre AIDS na enfermaria da Penitenciaria do Estado, e duas semanas depois se ofereceu para fazer um trabalho de prevenção à AIDS. Durante 3 anos, no período de 1989 até 2002 (ano em que o presídio foi desativado) se dedicou ao trabalho voluntário no presídio onde participou da realização de pesquisas epidemiológicas sobre a prevalência do HIV, da gravação de vídeos, da organização de palestras e da edição da revista em quadrinhos “O Vira Lata”e atendeu os doentes. O Dr. Drauzio Varella, durante seu trabalho no presídio não só desempenhou sua função primordial de médico, mas também ouviu as histórias, conviveu e fez amizade com os presidiários, o que fez com que eles confiassem nele e permitiu que ele tivesse acesso ao mundo real do presídio, ao dia-a-dia dos presidiários, suas regras, suas dores, as doenças do corpo e da alma, enfim aos segredos da vida carcerária, que deram origem ao livro Carandiru.
O autor nos leva a visualizar o Presidio como se fôssemos tranportados para o espaço físico do mesmo, quando descreve e caracteriza cada pavilhão, oferecendo ao leitor uma obra literária muito próxima da sua imagem real. As primeiras páginas do livro descrevem cada pavilhão com suas peculiaridades, ilustrando sua estrutura física, suas características funcionais e organizacionais, estas ultimas determinadas pelas características dos