Resenha do livro Anarquistas Graças a Deus
O mais interessante é a forma como a resistência ao nacionalismo, ao autoritarismo e a xenofobia é mostrada, revelando uma parte da sociedade pobre que lutava pela sobrevivência e por seus ideais. Este livro é muito utilizado para pesquisas históricas, devido a estes fragmentos que ajudam a estudar os efeitos do anarquismo, que visava uma a sociedade em busca de ideais de liberdade, sem propriedade privada, sem leis, apenas governada pela justiça.
Com o Estado apoiando cada vez mais a repressão, a família de Zélia e outros anarquistas promoviam reuniões para aderir novos membros à classe operária. Era vendido um “jornal anarquista”, porém foi proibido por ser considerado “contra o regime político” da época, e livros que eram considerados proibidos, pois poderiam mudar o comportamento das pessoas, deveriam ser bem escondidos. Zélia e seus irmãos distraíam-se lendo estes livros, familiarizando com assuntos que não podiam ser discutidos abertamente, absorvendo informações críticas da sociedade da época.
Ernesto Gattai, por possuir muitos materiais considerados contraventores, foi considerado uma pessoa perigosa, por ser estrangeiro, ex-anarquista e comunista, sendo preso e expulso do território nacional (fato que não ocorreu). A vida de Zélia Gattai passa a ser então repleta de registros policiais, estando sempre na mira das autoridades.
Em meio a esta vida turbulenta e incomum, ela cresce e se casa com Jorge Amado, que também era perseguido pelo regime em função do conteúdo dos livros que escrevia, que não aderiam