Resenha do filme "a partida" junto com o texto do Larrosa:Notas sobre a experiência e o saber de experiência.
“A primeira coisa que gostaria de dizer sobre a experiência é que é necessário separa-la da informação” (Larrosa, p.22)
As pessoas precisam viver experiências para dar sentido às coisas (a vida), quando o individuo é obcecado pela informação e quer cada vez mais ser sabido, ela acaba conseguindo é que nada lhe aconteça.
“No entanto a obsessão pela opinião anula nossas possibilidades de experiência, também faz com que nada nos aconteça.” (p.22)
O individuo que possui muita informação passa a ter varias opiniões e isso também afasta essa pessoa de viver experiências, porque ele trata essa informação como verdade absoluta.
No filme Daigo entra em um emprego sem saber qualquer tipo de informação sobre sua função, no primeiro dia de trabalho ele vive uma experiência, e através dessa experiência ele ganha conhecimento, do que se trata seu trabalho. Mas antes dessa experiência, Daigo fica: “voraz e insaciável de noticias, de novidades, um curioso impenitente, eternamente insatisfeito” (p.23), porque não sabe nem um tipo de informação sobre seu trabalho.
A experiência tem que ser algo que toca, comove que nos acontece, que afeta o individuo. O fato de Daigo trabalhar com defuntos o afetou de tal forma que uma galinha morta o deixou com náusea, a morte estava tão presente em sua vida que ele precisou passar por outra experiência, sentir o cheiro de sua esposa, sentir a vitalidade, a vida que ela possuía, para conseguir superar a experiência que o trabalho lhe proporcionava.
Já que a experiência é o que nos acontece, Larrosa diz: “A paixão tem uma relação intrínseca com a morte, ela se desenvolve no horizonte da morte, mas de uma morte que é querida e desejada como verdadeira vida, como a única coisa que vale a pena viver, e às vezes como condição de possibilidade de todo renascimento.” No filme o momento que Daigo reconhece o pai, ele relembra sua infância, o