Resenha do filme "Ponto de mutação"
O enredo do filme é baseado em um grande diálogo entre uma cientista, que se decepcionou ao saber que seu projeto seria usado no projeto Guerra nas Estrelas e ,portanto, desistiu de sua missão; um poeta, que se encontrava na crise de meia idade e um político, que tinha acabado de ser derrotado nas eleições dos EUA. O cenário escolhido foi o castelo medieval de Mont Saint Michel, que se encontra em uma ilha no litoral da França.
O filme confronta dois tipos de pensamento: o cartesiano e o sistêmico. O primeiro, defendido pelo político, refere-se à visão mecanicista, onde o problema é dividido em partes, que por sua vez, são estudadas separadamente para a compreensão do todo. A metáfora do relógio, citada frequentemente durante o diálogo, aponta uma forma de enxergar o universo funcionando como uma máquina, cuja compreensão dá-se pela análise individual de cada peça. O pensamento pragmático do político é fortemente visto nos dias atuais, uma vez que diante de um problema, na maioria das vezes adotamos uma solução imediatista, não pensando nas consequências que ela trará para o todo.
Em contraponto, a cientista defende o modo sistêmico de analisar o mundo. Através da física ela mostra que em termos de micro e macro, não há nada que não tenha alguma conexão entre si no universo. Ela ainda coloca a ação intervencionista e imediatista do homem como a principal causa dos problemas ambientais. Para a cientista, todo problema deve ser analisado de uma forma mais abrangente, não desconsiderando suas relações de interdependência com outros assuntos, a fim de evitar maiores danos. Se todos tivessem esse “pensamento ecológico”, ela acredita que muitos problemas poderiam ser minimizados. “Nossas casas estão cheias de peles mortas.” A frase, dita pela cientista, metaforiza o ciclo de renovação contínuo que vivemos, dizendo que nosso próprio corpo se renova todos os dias. E assim temos que fazer com nossa visão de