Resenha do filme "justiça"
Crítica ao Sistema de Justiça Penal.
O documentário é produzido pela cineasta Maria Augusta Ramos, que não é da área jurídica, sua formação acadêmica é na área das artes, o que torna o filme de certa forma imparcial, e menos tendencioso, na medida em que não existem comentários e as imagens falam por si, embora por trás de toda obra, exista sempre uma intenção, neste caso a intenção não é tão explicita.
Partindo do ponto de vista do trabalho dos juízes nota-se que com o passar dos anos, estes exercem suas funções de forma automatizada, desumanas, por vezes agressivas e arrogantes, o que parece ser uma atitude defensiva, com o objetivo de impor respeito aos demais envolvidos no processo. Tem que se considerar também que o réu, por não ser obrigado a produzir prova contra si mesmo, e nos casos concretos nos podemos confirmar que eles sempre faltam com a verdade, são sempre inocentes e nunca sabiam de nada. O juiz por ser acostumado com essa rotina, posiciona-se sempre com desconfiança e extrapola os limites de suas funções quando passa a fazer julgamentos morais sobre a vida conjugal do réu, por exemplo; ação essa que cabe apenas a esposa, que por sinal estava presente e dando apoio ao marido.
Há uma falha nos depoimentos, onde só são transcritos os pontos de vista do juiz. Informações relevantes, declarações, reivindicações e até denuncias favoráveis ao réu, por muitas vezes ficam de fora do processo, como por exemplo casos de corrupção e violência policial.
O documentário nos leva ao questionamento sobre qual o papel do juiz. É aplicar a lei? É julgar o caso concreto ou julgar o réu de acordo com suas características sociais, pessoais? É combater o crime?
Do ponto de vista do réu, este é certamente o mais atingido pelo Sistema de Justiça Penal que não consegue atingir os objetivos primários que seria a prevenção e reprovação do crime através da ressocialização, reeducação e conscientização. Basta traçar um perfil da