Resenha do filme Desmundo
O filme começa com o fundo cronológico de 1570, contando a história de Oribela uma jovem portuguesa, órfã, que juntamente com um grupo de outras moças são obrigadas a vir para a América Portuguesa Colonial para casarem com os colonos aqui estabelecidos. Ao chegarem são levadas a um local onde são oferecidas a seus pretendentes por um intermediário, é interessante que os colonos escolhidos para desposa-las eram aqueles que possuíam mais recursos na cidade. Oribela havia sido criada no convento após a morte de seu pai, então, não aceitava a condição que lhe estava sendo imposta, ao chegar o seu pretendente ela cospe nele fazendo desistir dela. A ideia de levar grupos de moças à colônia foi feita mediante uma solicitação em 1552, pelo padre Manoel de Nóbrega que pediu ao Rei de Portugal que se envia a América Colonial Portuguesa órfãs de boa índole, e que na falta de tais moças qualquer “mulher branca“ deveria ser enviada para se casar com os homens portugueses, com a finalidade de evitar que estes se misturassem com os pecados da natureza (índias).
Oribela desejava muito retornar a sua pátria, mas não consegue fugir do matrimônio com Francisco de Albuquerque que intenta consumar o casamento através da união sexual, entretanto, a jovem pede que ele tenha paciência ate que ela pudesse se acostumar com a presença dele. Ao chegar à propriedade de Francisco, observa-se em primeiro momento que ele mora com sua mãe e uma criança com problemas mentais, já no segundo plano presenciamos o Antigo Regime, onde a mão de obra utilizada na fazenda consistia em índios capturados nas florestas, também aquele esquema de ordenações da sociedade, o trabalho braçal era mal visto, ou seja, uma ocupação inferior. Outro personagem que aparece é um padre jesuíta que ao visitar a fazenda de Francisco de Albuquerque tem uma discussão acirrada por conta da sua vontade de levar consigo alguns dos filhos dos índios (crianças). Também temos a questão do cristão novo