Resenha do filme Cheiro do Ralo
Na história, Lourenço (interpretado pelo ator Selton Mello), é um comprador de objetos usados, que vive enfurnado em um galpão com sua secretária (Martha Meola) e seu segurança (interpretado pelo próprio Lourenço Mutarelli, idealizador do livro). Nesse galpão Lourenço tem uma loja especializada em artigos antigos, onde diversas histórias são contadas e vividas por seus freqüentadores e Lourenço. Lourenço começa o filme quase normal. É noivo, come estrogonofe com batatinha ao lado da futura esposa, dirige uma pick-up Veraneio e leva a vida de forma comum. Porém, conforme sobe o cheiro desagradável que vem do ralo do banheiro de seu escritório, cresce também a sensação de poder dele, de domínio sobre aqueles que ele o procuram para vender ou comprar antiguidades. Começam ai também as obsessões... Na mente de Lourenço, tudo está conectado. É nesse momento que Lourenço começa a apresentar alguns momentos de loucura e difícil entendimento de seus pensamentos. Lembranças de seu pai que nunca havia visto também colaboram para a piora do personagem. Na loja, o cheiro do ralo do banheiro o perturba cada vez mais, tornando-o ainda mais esquisito. Assim Lourenço vai criando uma fixação pela bunda da moça da lanchonete em que come, criando métodos para poder tocá-la, se aproximar mais efetivamente. A obsessão do personagem pelo ralo também é curiosa, pois ele acha precisar do cheiro do ralo, sendo que num determinado momento conclui que é o cheiro que o motiva a ser racional. No entanto, tenta de tudo para esconder o cheiro uma vez que não quer que ninguém pense que o cheiro vem dele. Gostei principalmente das cenas em que Lourenço desabafa com sua empregada e, já no final da conversa, ela o corrige, falando que seu nome não é como ela a chama e das cenas com os encanadores. Para mim é um retrato caricatura das pessoas que só pensam no dinheiro e se esquecem dos relacionamentos, da importância das pessoas. Lourenço