Resenha do filme "carandiru"
Minha escolha para este mês foi muito difícil porque, falando bem francamente, quase nenhum dos livros da lista de disponíveis me chamou a atenção e não seriam obras que eu leria naturalmente. Porém, o objetivo do Desafio, para mim, é justamente este, se propor a ler coisas que você não leria em situações normais e sair um pouco da “zona de conforto” conhecendo novas obras e autores. No fim das contas, acabei me decidindo por Estação Carandiru por ser um dos que tinha proposta mais interessante (sempre fui curiosa a cerca deste tipo de tema) e por estar disponível na Biblioteca da Unisinos, já que não mantenho firme minha palavra de não comprar NENHUM LIVRO!
Drauzio Varella nos conta a trajetória de seu trabalho na Casa de Detenção de São Paulo, iniciada em 1989 como um projeto da Unisp para combate e prevenção ao HIV no presídio. Naquela época, havia uma forte epidemia de AIDS, principalmente entre os travestis do lugar.
Com uma narrativa por vezes extremamente descritiva, descobrimos o funcionamento da cadeia, seus pormenores e a forma encontrada pelas autoridades para que aquela bomba não explodisse. No final, todos sabem que não deu muito certo.
A primeira metade do livro descreve os pavilhões, a rotina social e econômica da cadeia e o esquema político montado pelos presos. Já na segunda parte, conhecemos as histórias de alguns presos que marcaram o autor de alguma forma. Confesso que, contra o que eu imaginava desde o princípio, acabei gostando mais da primeira parte. Foi um olhar bastante interessante que Drauzio, mostrou sobre o sistema. Em um país onde o lema a ser celebrado por “heróis” como Capitão Nascimento é “bandido bom é bandido morto” foi esclarecedor