Resenha do documentário: "Nascidos em Bordéis"
325 palavras
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Neste filme, os documentaristas Zana Briski e Ross Kauffman mostram um outro lado da Índia, através da visão das filhas e filhos de prostitutas de um bairro pobre de Calcutá, um lado que eu mesma não sabia que existia. Com câmeras fotográficas, as crianças retratam o cotidiano de dificuldades e esperanças da vizinhança e ao mesmo tempo, vão descobrindo uma nova maneira de ver a vida. O que mais me chamou a atenção nesse documentário, é que mesmo vivendo em condições escassas de higiene, sendo maltratadas e obrigadas a fazerem os serviços domésticos, as crianças ainda mostram o sorriso nos rostos, além de pensarem no futuro. A menina Puja me emocionou muito com as seguintes palavras: ”Penso no que eu poderia ser se fosse pra outro lugar e estudasse”. Fica claro o descontentamento e a frustração de estar ali, a vontade de sair daquele lugar e viver em condições dignas pra uma criança. Uma outra diz: ”Não quero enriquecer(...)que é preciso suportar muita coisa se quiser fazer algo bem feito e aceitar que a vida é triste e dolorosa(...)” Me entristeceu por ser um depoimento sem esperança, vindo de uma criança, que praticamente não viveu muito e já se sente triste e sente as dores de uma vida sofrida. No meu ponto de vista essa fotógrafa veio como um fio de esperança pra cada uma delas que teve contato e conquistou a amizade das crianças de Sonagachi (distrito da luz vermelha da cidade), começando um workshop de fotografias tiradas por elas e em poucas semanas as crianças mostraram um novo espírito e muitas delas descobriram um talento para arte. Briski e Ross Kaufman, seguiram as crianças e viram como elas filtravam o seu mundo marginalizado e esquecido através das lentes das câmeras.
Durante o documentário, há uma narrativa central, a aventura destas crianças,onde está a nova descoberta que as encheu de esperança e força para deixar os bordéis para viver uma vida melhor.