Resenha Descontinuidades
José D’Assunção Barros apresenta inicialmente dois importantes paradigmas historiográficos que se fortaleceram no decorrer do século XIX: o Positivismo e o Historicismo. E, leva em consideração, um terceiro paradigma que surgiu tempo depois, ainda no mesmo século: o Materialismo Histórico. E cita, ainda, um paradigma alternativo que começa a empreender uma crítica mais radical ao saber historiográfico produzido, o “Paradigma da Descontinuidade Histórica”.
Apesar de falar em “Paradigma da Descontinuidade Histórica”, o autor não apresenta algo conceituado, fala de Foucault e outros autores sem mostrar suas linhas de pensamento, elabora de forma vaga uma visão concisa de um tempo histórico que corresponde a aproximadamente dois séculos.
Sua análise sobre a crítica que Nietzsche faz a História é, em grande parte, muito esclarecedora e traz a perspectiva da relação do filósofo com o conhecimento histórico. Barros nos apresenta Nietzsche como um homem cujos propósitos estão além do seu tempo, que procura como alvo de suas críticas uma História mecanicista, que limitasse a seguir um padrão linear que tem nas grandes figuras o seu cerne maior, o que o autor coloca em seu texto como o que Nietzsche denominará de “excesso de história”, algo que este via como uma patologia social.
Outro ponto para reflexão é que mesmo o filósofo sendo um duro crítico à historiografia que exaltava os grandes feitos, Nietzsche irá extrair uma perspectiva peculiar sobre a importância de grandes homens na História. Para o filósofo, segundo Barros, a História dos grandes homens que viviam e pensavam além de seu tempo e que não seguiam uma linearidade cronológica de um modelo historiográfico, deveriam servir de exemplo ou ter um significado maior na História.
Com uma visão muito clara sobre seu tempo, Barros irá falar que Nietzsche opõe-se a esse modelo positivista e tradicional de uma historiografia linear e direciona seu pensamento a uma historiografia que