Resenha de A Festa de Babette

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O filme dinamarquês de 1987, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1988, e cujo diretor é Gabriel Axel, se passa no fim do século XIX, à época da Comuna de Paris. Chega à
Dinamarca uma misteriosa francesa, Babette, fugida da guerra civil na França, que se emprega na casa de duas filhas solteiras, Felippa e Martine, de um rígido pastor em troca de abrigo e alimento.
As filhas do pastor tiveram a oportunidade de sair do vilarejo, seja através do canto aprendido com um professor francês (denominado pelo pastor como “Papista”) ou do casamento com um distante primo sueco, Lorens, jovem membro do exército sueco, cheio de dúvidas sobre a vida, que foi passar uma temporada com sua tia-avó na Dinamarca, como castigo por parte de seu pai. Houve recusa por parte de ambas, e decidiram ficar junto de seu pai, o que evidencia a força que o paipastor, e por conseguinte a religião, tem neste vilarejo. Os sufocantes hábitos aos quais os habitantes deste lugar estavam submetidos podem ser identificados não só pela reação que terão ao evento principal do filme, mas também pela fotografia do filme, pois quando a trama toma lugar fora do vilarejo, a câmera se abre, como que se estivesse mostrando uma erma paisagem a ser descoberta pelos personagens. Já quando a trama toma lugar em algum ponto dentro do vilarejo, a câmera se fecha e mostra quase que somente os rostos dos interlocutores, o que mostrar o próprio caráter sufocante, solitário e rigoroso da vida no vilarejo cujo pastor - chefe a quem todos, a primeira vista - se submetem.
A trama toma forma quando Babette, que deixou a França havia muito tempo, recebe a informação que um bilhete de loteria que ela comprara e havia deixado com um amigo na sua terra natal fora sorteado. A esta altura, em relação à cronologia do filme, o pai das duas filhas (idosas) já estava morto, e justamente concomitante ao prêmio de Babette é o aniversário de cem anos do nascimento do pastor luterano.
Babette, que