Resenha de Huizinga
Seja qual for a época, cultura ou classe social, os jogos e os brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem num mundo de fantasia, de encantamento e sonhos, onde realidade e faz-de-conta se completam. Huizinga afirma que o jogo já faz parte da vida bem antes da civilização, pois se brincamos ou jogamos, e temos consciência disso, é porque somos mais do que simples seres racionais, pois o jogo é irracional. O jogo na cultura é dado existente antes dela própria, acompanhando-a e marcando-a desde as mais distantes origens até a civilização atual.
Mas não é o único componente do jogo, existem outras formas de representações, como a competição e passatempo, contudo, independentemente de isso ser bom ou ruim, o que deve ser visto no jogo são seus aspectos criadores e não os negativos. O que o autor passa é que o jogo tem diversas características, assim como o lúdico, que desempenha um papel fundamental no aprendizado.Assim, busca-se eliminar quaisquer vestígios de banalização e vulgarização da existência, vendo no jogo a possibilidade do exercício da criatividade humana.
Por fim, a noção de jogo associa-se naturalmente à do sagrado. Decidindo considerar toda a esfera da chamada cultura primitiva como um domínio lúdico, abrindo caminho para uma compreensão mais direta e mais geral de sua natureza, de maneira mais eficaz do que se recorrêssemos a uma meticulosa análise psicológica ou sociológica.