Resenha de "Apologia de Sócrates"
Universidade Federal de Juiz de Fora
Kaique Piovesan
Resenha de:
Platão, “Apologia de Sócrates”, Traduzido por: Maria Lacerda de Souza, São Paulo: Editora Escala. Sem Data,28 páginas.
“Apologia de Sócrates” é uma obra literária escrita por Platão, discípulo de Sócrates em defesa do mesmo em seu julgamento (399 a.C.). Segundo a tradição, Platão estava doente e não pôde presenciar o tal fato, mas o texto indica o contrário. Através de diversas provas, ele parece ter estado presente. Sócrates foi acusado de negar a existência de deuses e influenciado jovens, acusações feitas por Meleto, Ânito e Lícon, sendo Meleto o principal acusador que também é o único que fala durante a defesa, entrando em contradição, dizendo que o réu seria ateu e logo em seguida dizendo que o mesmo acreditava em semideuses. Sócrates se argumenta de forma contrária a seus adversários, que em alguns momentos se torna pessoal. Ele os responde tentando invalidar as teses opostas à sua. O argumento de sua defesa é que nada mais fazia do que filosofar e que ninguém se dizia prejudicado com seus ensinamentos, seus argumentos deixava a oposição sem palavras para argumentar, deixando o julgamento injusto. Sócrates, porém, permanece fiel às suas convicções e não admite renunciar ao que ensinou. Admite ser melhor morrer e ficar livre de fadigas. Este é então, considerado culpado pela maioria dos votos e condenado a morte através da ingestão de cicuta. Para Platão, Sócrates havia sido vítima do poder do discurso político, que agiu contra o raciocínio filosófico. O seguidor de Sócrates acreditava na superioridade da filosofia sobre a política, a qual deveria dirigir os rumos da segunda. O ato de filosofar não era crime em Atenas e mesmo tendo se defendido de forma coerente e deixado seus acusadores sem argumentos de ataque, Sócrates foi condenado a morte injustamente, isso mostra o poder da persuasão e da oratória de seus acusadores, que usaram esses