Resenha da primeira parte do livro “Cultura:um conceito antropológico”
O autor deixa claro no primeiro capítulo que compartilha do pensamento de que as diferenças genéticas não determinam diferenças culturais, isto é, que o determinismo biológico não influencia o aprendizado e a formação de determinada cultura, processo denominado pelo autor como endoculturação.
A mesma linha de pensamento continua no segundo capítulo em relação ao determinismo geográfico, que hipoteticamente influenciaria a cultura dos povos, por se encontrarem em espaços físicos diferentes. O autor defende que a cultura age seletivamente e não casualmente e que através de centenas de estudos sobre vários povos, foi possível constatar que mesmo nos mesmos ambientes, haviam culturas diferentes e que existiam culturas semelhantes em espaços físicos diferentes.
Já no terceiro capítulo da obra, o autor começa a discorrer do surgimento do conceito cultura, dando continuidade após ter se referido a mesma no final do segundo capítulo como fator de diferenciação da espécie humana em relação às demais. O autor recorre, como ponto crucial, à definição de cultura proposta por Edward Tylor como sendo o “complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes e quaisquer outros hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade” , (LARAIA, 2001, Pág. 25), referindo que tal conceito é uma síntese de vários pensamentos com a mesma linha ideológica, os quais se desenvolveram em vários estudos como os de John Locke, Turgot, Rousseau, autores que tentavam quebrar o raciocínio da relação entre natural e cultural, como domínios