Resenha da exposição de luiz gonzaga
A exposição de Luiz Gonzaga, com curadoria de Blanca Brites, fez com que a minha admiração pelo trabalho deste artista crescesse ainda mais. O artista possui um tipo de arte fantástica, onde a fantasia é a natureza e suas durezas e sutilezas. O material usado pelo artista na maioria das esculturas é a resina, que manipulada pelas mãos ensaiadas do artista, se torna praticamente um material orgânico, como se fizesse parte da natureza, como se tivesse sido encontrado nas entranhas da mata amazônica. As obras de Luiz Gonzaga são suaves, quase fluidas e ao mesmo tempo pesadas e grandiosas. Transmitem a naturalidade e a peculiaridade da natureza. As leves folhas, coloridas em azul royal, possuem uma certa delicadeza que geralmente é contrastada por placas escuras, cor chumbo com texturas rudes, que representaram, a mim, a bravura e a forca da natureza. A texturização das obras, representa cascas, folhas e árvores e somos imediatamente transportados para o interior úmido e, de certa forma, aconchegante da floresta tropical. A escultura que me encantou e que chamou mais minha atenção foi ‘O Tesouro da Floresta’ de bronze e resina. Esta peça possui uma folha azul sobre uma placa quadrada escura, que estão envoltas por uma estrutura de bronze ovular. A obra fascina-me pois é precisamente delicada e envolve todos os elementos do trabalho do artista. A folha azul representa a beleza e a delicadeza que a natureza possui, já a placa, que sustenta a folha, é rude, pesada e representa, como dito acima, a forca e a grandiosidade da mesma. O trabalho é ainda perfeitamente complementado pelo circulo oval que une os dois: o delicado e o rude, formando então a perfeição, que é a natureza. Há também outras pecas, onde o artista utilizou materiais diferentes como madeira e tapeçaria, as obras são igualmente estonteantes. O misticismo das formas e seres que aparecem nas pecas é admirável. A exposição une o melhor da carreira do