Resenha da civilização feudal de Jerome Baschet
Jérôme Baschet mostra a concepção de uma longa Idade Média que substitui a falsa ideia de ás trevas do obscurantismo. Trata-se também de articular de maneira global a sociedade medieval e sociedade colonial e de captar a dinâmica histórica que os une em um processo em que se misturam reprodução e adaptação, dependência e especificidades, dominação e criação. Sendo assim, o livro tem como eixo principal a análise dessa dinâmica de expansão e de dominação que se afirma na Europa Medieval e que a conduz, consequentemente, às terras americanas.
Segundo Jacques Le Goff, Jéromê Baschet divide o livro em duas partes, a primeira, mais convencional, esforça-se em introduzir a um conhecimento básico da Idade Média e sintetizar as informações relativas ao estabelecimento e à ação da sociedade medieval e suas duas palavras chave: “feudalismo” e “Igreja”. Essa primeira parte tem a preocupação com a organização social, predominante sobre o relato dos conflitos entre os poderes.
A segunda parte esforça-se em avançar mais profundamente na compreensão do dinamismo da sociedade feudal, mas gostaria, de sublinhar que se trata de abordar as estruturas fundamentais da sociedade medieval através de uma série de temas paralelos: o tempo, o espaço, o sistema moral, a pessoa humana, o parentesco, a imagem. A questão é compreender como são organizados e pensados o universo e a sociedade, evitando as distinções que nos são habituais (economia – sociedade – política – religião).
A Idade Média seria uma oposição da modernidade. Desse modo, a visão que estabelecida dela é inteiramente determinada pelo julgamento feito sobre o presente. É assim que uns a exaltam para melhor criticar sua própria realidade, enquanto outros a denigrem para melhor valorizar os progressos de seu tempo, isso ao associar a Idade Média ás ideias de barbárie, de obscurantismo e de intolerância, de regressão econômica