A civilização feudal- primeiro capítulo: No primeiro capítulo (Gênese da Sociedade Cristã: A Alta Idade Média) o autor propõe uma reavaliação dos conceitos de “bárbaros” e “invasões bárbaras” no que se refere ao Império Romano. Os primeiros passam a ser chamados de povos germânicos, com o intuito de eliminar toda a carga pejorativa do termo, mostrando esses povos não como inferiores, mas sim mais avançados inclusive do que os próprios romanos em relação às técnicas. Segundo o autor, os primeiros contatos ocorreram de forma pacífica, sendo esses mesmos povos absorvidos pelo Império através do limes, que servia mais como local de contato que de separação. Ou seja, o fim do Império Romano deve ser entendido de forma lenta e gradual e não brusca como a historiografia convencional acostumou a dizer. A “queda” do mesmo causou a diminuição do comércio à longa distância e consequentemente o declínio das cidades, marcando um período de descentralização política, crescente ruralização, fusão cultural e a existência de acordos mútuos entre os povos germânicos e a elite romana. Todos esses fatores levaram ao desaparecimento da escravidão produtiva por vários fatores: 1- causas religiosas (a posição contraditória da Igreja); 2- militares (diminuição das guerras); 3- econômicas (o alto custo); 4- sociais (a agitação revoltosa dos dominados). Jérôme Baschet defende a tese de desaparecimento gradual (não extinção) entre os séculos V e VIII, opondo-se à marxista que via o fim do modo de produção escravista após a “queda” do Império Romano. O que marca a passagem do escravismo para o feudalismo é a atenuação da diferença entre livres e não-livres. Ainda nesse capítulo é descrita a relação entre a Igreja Cristã e os povos germânicos. A partir do século V, houve a desunificação desses povos. Os francos foram os primeiros a se destacarem e a se converterem ao Cristianismo Católico, visto que outros já haviam se convertido, mas ao arianismo. A conversão dos anglo-saxões foi mais