Resenha crítica
MÉRITO DE POUCOS
“Com Mérito” (1994), é considerado o filme de maior sucesso de Alek Keshishian como diretor, entretanto o crédito não deve ser conferido a ele. O filme traz a história do estudante Monty (Brendan Fraser), que está escrevendo sua tese e, por acidente, ela acaba indo parar nas mãos do mendigo Simon (Joe Pesci) que começa a chantagear o estudante e acaba indo morar com ele. A partir deste fato, eles começam a desenvolver uma forte amizade.
Apesar de sua atuação como roteirista em “Amor e Outros Desastres”, Alek foi incapaz de impedir as falhas do roteirista, William Mastrosimone, que ficaram visíveis a todos.
William, acostumado a escrever roteiros de aventura como “Bang, Bang, Você Morreu”, se perdeu ao escrever este drama. Ele extrapolou os limites do que o espectador pode considerar possível, fugindo constantemente da realidade.
Outro ponto fraco do roteiro foi a inclusão de um romance no final do filme, que não acrescentou nada ao enredo, já que esse possuía outro foco, outra mensagem.
Felizmente, o elenco foi capaz de salvar o filme. Dando-se destaque à atuação de Joe, que deixou claro o porquê de ter levado o Oscar por seu papel em “Os Bons Companheiros” (1990).
Fraser novamente mostrou ao que veio, lembrando sua brilhante atuação em “Código de Honra” (1992), quando, também, interprestou um estudante.
Apesar dos deslizes, o filme “Com Mérito” foi capaz de transmitir sua mensagem, reforçando conceitos como solidariedade e altruísmo, que estão perdendo força na sociedade à medida que o capitalismo se fortalece.