Resenha Crítica Navio Negreiro
DEPARTAMENTO DA TEORIA LITERÁRIA E LITERATURA
LITERATURA BRASILEIRA - ROMANTISMO
RESENHA CRÍTICA
“O NAVIO NEGREIRO”
a
Prof : Michelle Alvarenga
Aluna: Mayara Barboteo
Matrícula: 12/0147734
Brasília
2013
Resenha Crítica - “O Navio Negreiro”
Considerado um dos pilares finais do movimento romântico no Brasil, Castro Alves conseguiu deixar sua marca literatura brasileira. Ao longo de seus breves vinte e três anos de vida, conseguiu demonstrar grande sensibilidade ao escrever poesias lírico-amorosas e também versos de protesto contra a escravidão.
Escrito em 1869, “O Navio Negreiro” conta os horrores quase inimagináveis vivenciados por negros a bordo de uma viagem a caminho da terra que lhes escravizaria.
Apesar de já estar vigente desde 1850 a lei Eusébio de Queirós, o poema tocava numa problemática muito atual para a época: a posição de inferioridade em que se encontravam os escravos, e todo sofrimento que vinham enfrentando ao longo dos anos.
O poema é dividido em seis partes, na primeira ocorre a descrição do cenário, retratado de forma esplendorosa. Através do uso da anáfora “’Stamos em pleno mar” ao longo das quatro primeiras estrofes, passamos a ter uma ideia da vastidão de oceano em que se encontra o barco. Tudo nessa primeira parte é belo, o que acaba por quebrar a expectativa da tragédia, que já surge ao lermos “O Navio Negreiro - Uma tragédia no mar”.
Na segunda, mais uma vez a expectativa é quebrada, pois o que se retrata é somente a beleza da figura dos marinheiros, vindos de diversas nações.
No terceiro canto, a descrição de cenários belos e a fluidez da poesia são cortadas subitamente; e de forma muito semelhante à interrupção repentina ocorrida na cena do ritual antropofágico do poema Juca-Pirama, de Gonçalves Dias. Nessa parte, o autor pede que o Albatroz, a águia do oceano, desça e observe as “tétricas figuras”, dando início ao novo tom que a poesia passará a assumir – o de “Inferno