Dilema Moral
Se o meu comportamento se orientasse por uma norma que me permitisse mentir sempre que quisesse, então todos os outros seres humanos teriam o mesmo direito de o fazer. No entanto, se todos podem mentir, não se acredita em ninguém e nenhum mentiroso alcança o seu objectivo.
Até aqui, Kant está correcto. Aplicada a todos os seres humanos de uma forma consequente, a máxima da mentira permitida, anula-se a si própria.
Porém, eu não sou, de modo algum, inconsequente se prefiro que os outros sigam as regras que eu próprio não gostaria de seguir. Se minto sempre que me apetece, mas desejo que todos os outros digam sempre a verdade, na minha qualidade de grande oportunista, sou, em certa medida, perfeitamente consequente com a aplicação do imperativo categórico de Kant.O imperativo categórico pode ser explicado, grosso modo, da seguinte forma: segundo Kant, não é permitido mentir, por exemplo, porque a mentira considerada como uma lei geral — “todos podem mentir” — significaria o fim de qualquer comunicação humana [de facto, é isto que está acontecer com os me®dia e com a política actuais: assistimos hoje ao advento do fim da comunicação humana].
Se o meu comportamento se orientasse por uma norma que me permitisse mentir sempre que quisesse, então todos os outros seres humanos teriam o mesmo direito de o fazer. No entanto, se todos podem mentir, não se acredita em ninguém e nenhum mentiroso alcança o seu objectivo.
Até aqui, Kant está correcto. Aplicada a todos os seres humanos de uma forma consequente, a máxima da mentira permitida, anula-se a si própria.
Porém, eu não sou, de