dilemas morais
É um fato que todos os dias somos confrontados com situações e problemas em que temos que decidir sobre coisas que envolvem e interferem na nossa liberdade de escolha e na liberdade de outros. A simples coexistência implica que as nossas decisões se alternem entre a necessidade de cumprir normas e a vontade de cumprir e agir em função de valores e princípios (ideais) de conduta que impomos a nós mesmos, mas que também esperamos que os outros as sigam ou pelo menos os aceitem.
A este respeito, há situações em que revelamos profundas dúvidas e incertezas sobre a opção mais correta que devemos tomar. Neste caso, estamos perante situações que envolvem dilemas de difícil resolução como segue o exemplo:
Por necessidades financeiras, um homem é levado a pedir dinheiro emprestado. Ele sabe que não terá condições de devolver o dinheiro, mas se ele não prometer (falsa promessa) a devolução, nada lhe será emprestado. O que ele deve fazer? É lícito em uma situação totalmente excepcional (por exemplo, graves necessidades financeiras) não cumprir a palavra dada? Mentir é justificável em alguns casos ou a mentira jamais é considerada uma atitude ética? Por quê?
A mentira não é considerada uma atitude ética em nenhum caso, porém neste especificamente, o homem tende a seguir a ideia de Kant, que parte do pressupostode que o homem é egoísta por natureza e para satisfazer toda sorte de desejos é capaz de praticar os mais cruéis e nefastos atos, como não cumprir a palavra dada. Para controlar essa inclinação natural, que é regida por leis estranhas à razão, precisa agir por dever para se constituir em um ser moral.
A visão contrária a essa, é do filósofo Jeremy Bentham, que defende que o utilitarismo clássico combina o consequencialismo, o princípio de que o valor dos atos está nas suas consequências, com o hedonismo, o princípio de que o bem e o mal se reduzem a estados de bem-estar e sofrimento, e propõe que o valor de uma ação está na sua