Resenha Crítica - Elementos do Jornalismo
Naila Agostinho
“Agir. Construir a comunidade, a cidadania, a democracia.” Citam os autores da obra. Instinto de percepção é a necessidade inerente ao ser humano de conhecer, obter informações do que está ao seu redor. Esses dados proporcionam segurança às pessoas, podendo assim ordenar o mundo e planejar o futuro. Relaciona-se, então, o jornalismo com a democracia.
Cidadãos informados podem desenvolver seu senso crítico, entretanto, para isso, é necessária uma liberdade de imprensa, preocupada com seus leitores
– seus verdadeiros chefes –, e não com publicidade, realidade cada vez mais comum, visto que grandes empresas compram as redações jornalísticas.
Isso resulta na produção de notícias com função social reduzida à zero, com a elevação de propagandas nos jornais, valorizando o lucro e consequente diminuição da participação política populacional, já que seu instrumento de democracia está sendo destruído aos poucos. Esse programa de responsabilidade financeira visa os negócios, transforma os leitores em clientes e as notícias em serviços ao consumidor. Os donos de empresas jornalísticas precisam entender que seu produto mais importante é a credibilidade, é o que faz seus leitores comprarem o jornal. A preocupação com o destino da profissão jornalística resultou na obra de Bill Kovach – ex-chefe de gabinete do The New York Times e ex-editor do
Atlanta Journal – e Tom Rosenstiel – atualmente, professor de jornalismo na
Univerdidade de Missouri – “Elementos do Jornalismo”, a “bíblia” para todos estudantes, profissionais e admiradores da profissão, para repensarem seus conceitos e atitudes. Estados Unidos, final do século XX, jornalismo desacreditado e jornalistas desmoralizados. A desconfiança cada vez maior dos profissionais por parte do público, chegando até mesmo a odiá-los, motivou vinte e cinco jornalistas a criarem o “Comitê do Jornalistas