Resenha Crítica do texto Aula, de Roland Barthes
O texto "Aula" de Roland Barthes fala do poder que cerca a língua, a linguagem. O autor mostra que a língua pode refletir imposições sociais, assim como, relações de poder estabelecidas. Ela pode ser um objeto de submissão, de alienação dos considerados menos favorecidos intelectualmente. Ele nos coloca como escravos da língua, como verdadeiros prisioneiros da linguagem, uma vez que precisamos dela para abranger nossos pensamentos. Barthes coloca a língua como fascista, mostrando como ela faz parte de uma estrutura de poder a qual todos estão submetidos:
Mas a língua, como desempenho de toda linguagem, não é nem reacionária, nem progressista; ela é simplesmente: fascista; pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a dizer. Assim que ela é proferida, mesmo que na intimidade mais profunda do sujeito, a língua entra a serviço de um poder. (pg. 7)
Porém, ele deixa claro que além de "escravos" dessa linguagem fascista, nós também somos mestres. Podemos usar da língua quando quisermos. No entanto, não pode ser como queremos. Precisamos obedecer as exigências, normas, classes gramaticais da língua.
Barthes discorre também sobre a língua ir além de decodificar signos, ou seja, vai além da semiologia. Segundo ele a semiologia é definida como uma desconstrução da lingüística, uma vez que ela não insere características positivas para a língua e linguagem:
A semiologia seria, desde então, aquele trabalho que recolhe o impuro da língua, o refugo da lingüística, a corrupção imediata da mensagem: nada menos do que os desejos, os temores, as caras, as intimidações, as aproximações, as ternuras, os protestos, as desculpas, as agressões, as músicas de que é feita a língua ativa. (p. 32)
A palavra realmente tem um grande poder para a comunicação e a compreensão. Ela é rica e podemos aproveitá-la melhor; ela precisa servir para todos. Porém, a construção dos processos gramaticais causa alienação e degradação da