resenha crítica do livro "o poder simbólico" e do livro "o que ideologia"
Em suas concepções sobre o “poder simbólico”, Pierre Bourdieu sugere que em toda sociedade, ocorrem disputas por lugares de poder. Esse poder também sofre disputas pela sua manutenção. O poder simbólico é “o poder invisível o qual pode ser exercido com cumplicidade daqueles que não querem saber que lhes estão sujeitos ou mesmo que o exercem” (Bourdieu), e é nesse sentido que o poder simbólico é estruturado para exercer um poder estruturante, ou seja, os símbolos que o estruturam.
O poder simbólico se utiliza de sistemas e instrumentos simbólicos, para regular a ordem social e integração social. Essa ordem social é imposta por sistemas de dominação, os quais põem interesses pessoais como coletivos por meio de ”ideologias”, que são para Bourdieu formas de dominação de classes dominantes.
Essa forma de dominação das classes dominantes, por meio de ideologias, pondo os interesses pessoais como coletivos, é chamada por Bourdieu de “violência simbólica”, ou seja, um poder legitimado que visa garantir a dominação e os respectivos “lugares de poder”. O poder simbólico tem o poder de confirmar ou transformar a visão de mundo, o que significa que o poder simbólico se encontra na interação entre os indivíduos que dominam e os dominados.
Acerca do Direito, mais especificamente, do campo jurídico, Bourdieu empreende duras críticas à teoria pura do direito de Kelsen. Bourdieu põe em cheque a definição Kelsiana, do Direito como um sistema, principalmente normativista, autônomo e que se retroalimenta. Fica evidente, que o Direito como produto social, é um reflexo das estruturas sociais, nele estabelecidas.
Dessa forma, o Direito não é um sistema fechado e autônomo das pressões sociais externas, diferentemente da visão que se tenta criar de que as normas são eternas, com o objetivo de manter o “status quo” do Direito. O que há, na verdade, é uma disparidade entre as realidades