Estudos
BGG
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27, n. 3: 173-181, 2007
Resenha
RESENHA
CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. Trad. Heloísa P. Cintrão e Ana Regina Lessa. 2.ed. São Paulo: Edusp, 1998.
392p.
Ivanilton José de Oliveira
O mexicano Néstor Canclini expõe, nesta obra, suas avaliações acerca das relações entre a modernidade sociocultural e a modernização econômica no conjunto dos países da América Latina – mas com ênfase em alguns deles, como a Argentina, o Brasil e o México.
O livro é estruturado em 7 capítulos, antecedidos de uma Entrada e sucedidos por uma Saída. Assim como aparece já em seu subtítulo, o autor apresenta sua obra, na Entrada, questionando sobre quais seriam, nos anos 90, as estratégias para entrar e sair da modernidade. Em especial na
América Latina, “onde as tradições ainda não se foram e a modernização não terminou de chegar”.
Canclini foca sua atenção nos papéis dos agentes sociais envolvidos na construção dos produtos culturais ditos cultos, populares ou massivos
(aqueles ligados à produção da indústria cultural) e suas relações com a modernidade. Para tanto, ele apresenta as estratégias de diversos setores, como os artistas, os literatos, os museus, as disciplinas sociais (especialmente a
Antropologia e a Sociologia), a mídia e as classes políticas, na abordagem do que é tradicional e do que é moderno, para então reforçar a idéia de que, na
América Latina, há uma longa história de construção de uma cultura híbrida, em que a modernidade é sinônimo de pluralidade, mesclando relações entre hegemônicos e subalternos, tradicional e moderno, culto, popular e massivo. BGG
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CANCLINI, Néstor García. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade...
Ivanilton José de Oliveira
Para justificar sua forma de abordagem, Canclini apresenta-nos três hipóteses: a primeira, de que a incerteza em relação ao sentido e ao valor da modernização deriva