Resenha crítica do livro raízes do brasil
No primeiro capítulo da obra, Sérgio Buarque mostrou que os países Ibéricos eram os que faziam fronteiras entre a Europa e o mundo através do mar. Ficavam um pouco à margem do resto da Europa, inclusive no que se refere às navegações, das quais foram pioneiros. Para os países Ibéricos cada homem tinha que depender de si próprio. Eles não possuíam uma hierarquia feudal enraizada, por isso a burguesia mercantil se desenvolveu primeiro nesses países. Somado a isso, havia o relaxamento organizacional que estava muito presente na história de Portugal e, conseqüentemente, no Brasil. Para Sérgio Buarque, a aparente anarquia ibérica era muito mais correta, muito mais justa que a hierarquia feudal, pois não tinha muitos privilégios a ser dados. A nobreza portuguesa era muito flexível, ao que o autor chamou de mentalidade moderna. Havia uma igualdade entre os homens.
O pioneirismo de Portugal nas navegações se deve a um incentivo próprio. O autor chegou a defender a mentalidade burguesa e os países ibéricos. Os ibéricos não gostavam do trabalho manual, queriam ser senhores. Por fim o autor nos falou que o Brasil teve muitas características ibéricas e sua construção cultural veio daí.
No segundo capítulo, “Trabalho e aventura”, o autor distingue o trabalhador e o aventureiro, os quais possuem éticas opostas. O primeiro busca segurança e recompensa a longo prazo, já o segundo busca novas experiências e a riqueza a curto prazo. Dessa forma, considera que espanhóis e portugueses foram aventureiros no novo continente e Holanda afirma que essas características foram positivas para o Brasil. O gosto pela aventura foi o que possibilitou a colonização no Novo Mundo.