Resenha crítica do filme "O leitor": o analfabetismo no banco dos réus
RESENHA CRITICA DO FILME “O LEITOR”: O ANALFABETISMO NO BANCO DOS RÉUS Maiane Pires Tigre maiane.tigre@hotmail.com
O emocionante filme O Leitor, baseado no livro de Bernhard Schlink, dirigido por Stephen Daldry e estrelado pelos atores Kate Winslet, Ralph Fiennes, David Kross, Susanne Lothar, Lena Olin, Alexandra Maria Lara, Bruno Ganz, descreve a trajetória do adolescente Michel Berg, imerso em um itinerário melancólico na vida adulta, o personagem vai reconstituindo a sua própria história, recuperando mentalmente fatos e eventos marcantes do seu envolvimento amoroso com uma mulher 20 mais velha, Hanna Schmitz, personagem vivida por Kate Winslet, cujo interesse pelo jovem emana do prazer em ouvir suas leituras. A personagem Hanna vibra com os enredos e personagens das obras literárias que lhes são narradas pelo jovem Michel Berg, de modo a chorar, entristecer-se, em suma, emocionar-se com elas, entrecruzando a sua história enfadonha, parca de inventividade, e alegria, com a representada pelos atores, construindo para si, um ambiente feliz e suportável, cenário delineado com os contornos da leitura.
Entretanto, a história de Hanna é atravessada pela dura realidade do analfabetismo, a qual, à medida que se relaciona com as pessoas, esconde o fato de não saber ler, vítima da vergonha, de si mesma, da sua miséria, da culpa, do seu analfabetismo, algo que não lhe foi facultado, mas que lhe foi imposto pelas circunstâncias agravantes da sociedade alemã em que vivia. Se perguntada a respeito do grau de instrução, Hanna preconceituosamente não admitir-se-ia como ANALFABETA, porque isto a reduziria da condição de ser humano para a de animal, bruto, ser não desenvolvido, rude, destituída da destreza de ler e escrever,