Resenha crítica do filme 12 homens e uma sentença
A narrativa ocorre de forma extremamente majoritária em uma sala fechada, sob um intenso calor e em volta de uma mesa retangular. A proposta é que seja feita uma votação para decidir sobre o caso e todos são orientados previamente pelo juiz que, seja qual for o veredito, esta decisão deve unânime. Ainda antes de entrarem na sala onde decidirão sobre o caso do jovem, o juiz, em suas instruções, lembra-os que se em algum momento houver dúvida razoável sobre a culpa do rapaz é necessário que optem pela inocência para que não incorra na injustiça de condenar um inocente atendendo, assim, o princípio do “in dubio pro réu”, que estabelece que, na dúvida, decida-se em favor do réu.
Acontece que quase todos estão praticamente decididos sobre a condenação do jovem supostamente homicida. Ressalte-se, aqui, a expressão “quase todos” porque há um jurado – o número 8, interpretado por Henry Fonda – que não tem certeza sobre a culpa do acusado. Percebe-se, na trama, que Davis (como é identificado o jurado 8 no fim do filme) não afirma com toda certeza que o mancebo é inocente, contudo, sua intenção é provocar uma discussão sobre o caso.
Pela maioria do júri, a decisão deveria ser tomada de forma rápida até porque não restava nenhuma dúvida sobre o caso e, segundo os alguns jurados, o promotor foi muito preciso na exposição dos fatos. Mas, a dúvida de um dos jurados leva o rumo do julgamento a outro patamar, pois o que deveria ser feito de forma rápida e sem nenhum grau de impacto emocional, leva o ambiente a ficar sobrecarregado de diferenças gritantes de