Resenha crítica dialética da dependência
Ruy Mauro Marini. Dialética da Dependência. Primeira edição. São Paulo: Expressão Popular, 2005.
Acadêmica: Bruna Carolina Heck de Novaes, turma 1309, 2012/1.
A publicação da obra de Ruy Mauro Marini, que leva o título, Dialética da Dependência(1973), procura distinguir as principais características que vem assumindo a superexploração da força de trabalho na América Latina, a partir dos anos 70, quando se afirma a crise da industrialização voltada para o mercado interno e inicia-se na região um giro no sentido de sua inserção numa economia mundial globalizada sob o domínio de políticas neoliberais. O conceito de superexploração do trabalho foi estabelecido pelo autor no final da década de 60, enfatizado sua relação com a gênese da acumulação capitalista.
Ele afirma que o regime capitalista de produção desenvolve duas grandes formas de exploração que seriam o aumento da força produtiva do trabalho e a maior exploração do trabalhador. O aumento da força produtiva do trabalho se caracterizaria pela produção de mais quantidade ao mesmo tempo com o mesmo gasto de força de trabalho; e a maior exploração do trabalhador se caracterizaria por três processos, que poderiam atuar conjugadamente ou de forma isolada, representados pelo aumento da jornada de trabalho, pela maior intensidade de trabalho sem a elevação do equivalente em salário e pela redução do fundo de consumo do trabalhador.
Ao revelar a dialética do desenvolvimento capitalista destes países e de sua decisiva participação no avanço do capitalismo mundial, a partir do século XIX, nos mostra também os limites, que o capitalismo desenvolveu de forma subordinada e dependente da economia mundial que tem como fundamento dessa dependência o intercâmbio desigual de mercadorias entre países centrais e periféricos à superexploração do trabalhador, e as possibilidades da efetivação das políticas sociais em países como o Brasil.
Os países latino-americanos se desenvolveram de forma