Resenha critica do filme edward mãos-de-tesoura
Diretor: Tim Burton
Ano: 1990
Com Johnny Depp (Edward), Winona Ryder (Kim) Dianne Wiest (Peg Boggs)
Na história da humanidade já tivemos exemplos de meninos lobos que cresceram fora da sociedade e quando descobertos a reintegração não foi bem sucedida. Sociólogos afirmam que 90% dos hábitos não são propriamente do individuo eles são absorvidos principalmente de seus pais, ou seja lá quem for mais próximo ao individuo. Do comportamento passemos ao fisiológico, o que nos difere dos outros mamíferos? Algo que nos coloca, e colocou nós humanos a frente dos outros animais? As mãos e o famoso polegar opositor. O que dizer de um “homem inventado” e criado totalmente aparte da sociedade e como se não bastasse ao invés de mãos possuísse mãos-de-tesoura.
Anacronicamente assim começa o primeiro filme em que Tim Burton “dá todas as cartas do jogo”, trabalhando como diretor, escritor e produtor. Vincent Price atuando como “The Inventor” resolve criar um homem a partir de uma de suas maquinas, porém morre antes de completa-lo. O homem possuía um coração e um cérebro, mas era incompleto, pois faltava-lhe mãos. Esse homem é Edward Mãos-de-Tesoura que fora acolhido maternalmente na casa da amável e compreensível Peg Boggs. Uma vez na casa de Peg, Edward descobrirá seu amor, Kim Boggs, enquanto desvenda o novo mundo e como o seu ser ao mesmo tempo em que se encaixa, distancia-se de tal mundo – o qual é o foco narrativo da história. A história se desenvolve a partir da inserção de Edward na sociedade, suas interações. Como exemplo podemos pegar o churrasco que o leva a casa da Stacy que o leva a outras casas, que o leva a tosa no cachorro, que o leva aos cortes de cabelo e assim por diante. A ambientação, que começa com predominância do “sol” e próximo do fim predominância da “lua”, segue algumas características sempre recorrentes nas obras de Burton. Uma ambientação lúdica, mas ao mesmo tempo