resenha critica da declaracao de salamanca
A aprendizagem da sexualidade supõe processos basicamente idênticos aos das várias aprendizagens que ocorrem ao longo do ciclo da vida e com estas interage, nos domínios afectivo, cognitivo e comportamental da existência.
No entanto, a consciencialização do processo de aprendizagem sexual por cada um de nós coincide muitas vezes com a vivência e percepção das limitações do modelo de sexualidade dominante, em que se constata, ainda hoje e apesar de múltiplas contradições, a predominância de perspectivas de carácter tradicional:
Perspectiva reprodutiva: a sexualidade é compreendida essencialmente no sentido da reprodução em detrimento do prazer erótico; esta dicotomia é mais vincada no contexto da religião católica, sendo a proibição de determinadas práticas de contracepção, não obstante serem recomendadas pela OMS, um exemplo claro.
Perspectiva genital: se há permissividade ao prazer erótico, este tende a ser relegado parta o domínio dos órgãos genitais e da situação de coito vaginal.
Perspectiva heterossexual: para além do padrão de comportamento sexual dominante atrás referido, também o enamoramento e o amor são tidos como exclusivos da relação homem/mulher.
Perspectiva masculina: nesta vertente ressalte – se o valor diferencial que assumem os papeis de género: um verdadeiro rapaz tem de ser líder, não pode dar provas de fragilidade e não se deve preocupar com a sua atracção física; uma menina respeitável, será dependente, carinhosa e cuidará do aspecto físico.
Perspectiva do adulto: a expressão da sexualidade, de direito, tem sido associado ao matrimónio, com as limitações decorrentes das outras vertentes; no entanto, actualmente, a sexualidade do jovem é promovida de forma generalizada, a partir do corpo, totalmente erogenizável, feminino ou masculino.
Influência de modelos
Desde o nascimento o indivíduo é sujeito a influências educativas, nos contextos de vida mais imediatos, como sejam a família e as relações sociais mais