resenha casagrande e senzala
Gilberto Freyre cita a reflexão de muitos pesquisadores que estiveram em nosso país durante os anos da colonização, como Luccock que esteve em visita ao Brasil no início do século XIX, observando os costumes de nossa sociedade, notando assim a falta de alegria nos meninos e a pouca vivacidade dos rapazes. Ele também observou que até os cinco anos de idade muitos dos meninos andavam nus como os moleques da senzala, sendo quase indistinguível a diferença entre ambos. Durante sua visita, o pesquisador notou que os meninos estudavam em salas de aula pequenas e sem ar, onde todos liam alto e ao mesmo tempo. Em visita ao Seminário de São José no Rio de Janeiro, Luccock observou os alunos na hora do recreio onde notou que todos usavam uma batina encarnada, alguns com os cabelos cortados como clérigos e sem demonstrar nenhuma elasticidade de inteligência, bem como curiosidade de espírito. Além disso, declarou que muitos não demonstraram boas maneiras e ainda por cima, os considerou pouco asseados. Considerou o ensino extremamente eclesiástico e notou que a maioria dos professores era pouco versado em ciências.
Entretanto, nesta mesma época, o bispo Azeredo Coutinho transmitiu ao Seminário de Olinda um feitio oposto àquele que Luccock observou no Seminário de São José. Até meados do século XIX, quando vieram as primeiras estradas de ferro, o costume dos meninos de engenho foi o de fazerem os estudos em casa com capelão ou mestre particular. A maioria das casas-grandes possuía sala de aula e muitas até cafua, espécie de aposento que servia de prisão e castigo para alunos vadios. Muitas vezes uniam-se aos meninos