resenha complexo sé carioca
Lilia Katri Moritz Schwarz ANTROPOLOGIA IV
ABRIL/ 2013 O texto “Complexo de Zé Carioca” de Lilia Katri Moritz Schwarcz cita diferentes autores tanto da cadeira de Antropologia, quanto da História para fazer um panorama da identidade mestiça e malandra no Brasil. Em seu ensaio a autora resgata as “relações de fronteira”, entre o fazer Antropológico e a Historiografia. Defendendo que é preciso que os historiadores problematizem a antropologia e não a aborde somente como um modelo estrutural. Enfim as duas disciplinas não são opostas, elas estão no mesmo lado, pois tratam questões que se articulam, como a representação sincrônica da antropologia e a diacronia da história. Schwarcz a partir da “fábula das três raças” busca retratar o caráter misto da sociedade brasileira, que ora constrói e ora desconstrói a figura representativa do malandro. O Brasil é pintado por intelectuais brasileiros, com uma grande ausência de tradições locais, de singularidades, ou seja, de uma cultura nacional. “De fato o tema da identidade mais aparece comum ‘obsessão local’, surgindo nos momentos mais inesperados, nas horas mais reveladoras; ora como um elogio, ora como demérito e acusação (...) é sempre a identidade nacional que parece estar em pauta” (P.51). A construção da identidade feita por Elias em 1990, fez da mesma quase uma questão de consciência nacional e que só teria valor para o país em si, porque para os outros essa questão seria inaudível. O conceito de cultura nacional, que enfatizaria a identidade dos grupos e as diferenças nacionais, talvez fosse uma definição amplamente possível para o Brasil. A identidade brasileira foi vinculada a mestiçagem, que foi reforçada com a criação do personagem Zé Carioca em 1942, que retratava um malandro simpático que fez um grande sucesso e uma imagem interessante do Brasil a ser exportada. Principalmente porque o Brasil sempre foi