Resenha capitulo II do livro Analise do Discurso
Letras: Língua Portuguesa com Domínio de Libras
Estudos do Discurso
Resenha Análise de Discurso
II. Sujeito, história, linguagem.
Nesse capitulo, Orlandi faz uma abordagem da conjuntura intelectual da Análise de Discurso e do dispositivo teórico. Assim, a teoria em pauta coloca a interpretação em questão, distinguindo-se da Hermenêutica. A análise não se restringe à interpretação em si, tampouco procura uma chave para isso. Neste ponto de vista teórico, não existe verdade oculta em quaisquer textos. O que há são gestos de interpretação que o analista deverá buscar compreender. Com o intuito de explicitar claramente a relação entre o dispositivo teórico da Análise de Discurso e os dispositivos analíticos, Eni Orlandi remete-se ao enunciado “Vote sem medo”, inscrito em uma faixa preta durante época de eleições num campus universitário. A partir desse enunciado, a autora desenvolve um exemplo de análise discursiva que explora ao longo do seu livro. Faz isso, discutindo os sentidos que são mobilizados pelos sujeitos que produziram tal enunciado. Nessa perspectiva, Orlandi trata de uma série de conceitos básicos que sustenta essa teoria, como condições de produção e interdiscurso, esquecimentos, paráfrase e polissemia, formações imaginárias, formação discursiva, ideologia, sujeito e sua forma histórica. Entre os “pontos fortes” da Análise de Discurso, Orlandi discute a noção de ideologia. Para isso, pontua sobre o modo que é concebida pelas ciências humanas e sociais. Como essas ciências consideram que a linguagem é transparente, elas visam os conteúdos ideológicos, compreendendo a ideologia como ocultação. Para a autora, é possível dizer que a ideologia representa a saturação, o efeito de completude que, por sua vez, produz o efeito de “evidência”, sustentando-se sobre o já-dito, os sentidos institucionalizados, admitidos por todos como “naturais”. Na ideologia, não há ocultação de sentidos, mas apagamento