Resenha - Brilho Eterno de Uma mente sem lembranças
O longa-metragem dirigido por Michel Gondry nos dá a possibilidade de refletir sobre questões da sociedade em que nos encontramos imersos, além de ilustrar o funcionamento das interações entre determinados indivíduos. A principal abordagem do filme gira em torno da temática de como o ser humano lida com os processos de perda. A imersão do espectador em um cenário onde pode se encontrar um espaço reservado para ele, onde ocorrerá a construção do porquê de ser de determinado enredo.
A trama segue uma linha que se distingue de produções tradicionais, há uma cena de introdução onde nos deparamos com os protagonistas, porém apenas após esse momento surgem os créditos iniciais. Com o decorrer das tomadas compreenderemos de que forma os acontecimentos estão interligados, já que não assumem um caráter linear e cronológico. Por meio da manipulação de suas lembranças, Joel (personagem interpretado pro Jim Carey) encontra uma alternativa para escapar ao processo de perda, onde ocorre o desligamento do objeto ou pessoa querida. Por meio do processo de apagamento de memórias Joel encontra uma forma de desconstruir sua dor sem comprometer seu emocional, ou seja, sem se envolver com o processo de luto. Uma busca de mostrar independência perante Clementine, que optou por descartá-lo.
Uma grande dificuldade humana retratada no filme é de aceitação da transitoriedade e finitude dos objetos ou no caso das relações. O personagem de Joel ilustra a constante recusa que tantos indivíduos apresentam em processos de distanciamento. Outra perspectiva que pode ser adotada é a do avanço da modernidade e como isso afeta o homem e o espaço em que este